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Campinas é a 6ª entre as 100 melhores do país

26 de fevereiro de 2017
No cenário de crise e escassez de recursos financeiros, decorrentes da estagnação econômica dos últimos anos, Campinas se destaca como a 6ª melhor cidade do País entre os 100 maiores municípios brasileiros, na segunda edição do ranking ‘Desafios da Gestão Municipal’, da consultoria Macroplan. O principal avanço foi na área de Saúde. Em Educação, Campinas perdeu seis posições. Das dez melhores posições no ranking, oito cidades são do Interior de São Paulo. A radiografia mostra as áreas críticas de vários municípios, mas também mostra como algumas cidades, apesar da crise, conseguiram fazer entregas razoáveis para a sociedade com poucos recursos, inovando no campo da gestão.

Feito com o apoio do Movimento Brasil Competitivo (MBC), o estudo analisou os dados das 100 maiores cidades brasileiras em termos de população – aquelas com mais de 266 mil habitantes. No Índice de Desafios da Gestão Municipal (IDGM) ? que consolida 16 indicadores em quatro áreas: Educação, Saúde, Segurança, Saneamento e Sustentabilidade, as cidades do Interior se destacaram entre as melhores. Campinas aparece na 6ª posição. Mas antes estão as cidades de Piracicaba, que aparece na 2ª posição do ranking geral, São José do Rio Preto (3ª), São José dos Campos (4ª) e Franca (5ª). Na 1ª posição está a cidade paranaense de Maringá.

O levantamento comparou a posição das cidades no intervalo de dez anos. Na área da Saúde, Campinas aparece na 6ª posição entre as 100. O indicador leva em conta a taxa de mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis; proporção de nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas de pré-natal; cobertura das equipes de atenção básica e a taxa de mortalidade infantil. Há dez anos, a cidade ocupava a 10ª posição na área da Saúde. Em Infraestrutura e Sustentabilidade, Campinas passou da 22ª para a 21ª posição.

Campinas ainda foi destaque na área de Segurança, passando da 56ª posição em 2005 para a 25ª posição em 2015, considerando as 100 cidades. Embora a classificação ainda seja considerada alta, o município conseguiu reduzir as taxas de homicídios de 36,7% para 17,2%, entre 2004 e 2014. No segundo critério, que é a taxa de óbitos no trânsito, Campinas conseguiu reduzir de 19,9 para 19,3 o total de mortes no mesmo período. Na área de Educação e Cultura, Campinas aparece como a 16ª cidade no ranking, perdendo seis posições entre 2005 e 2015. Esse indicador leva em conta o número de matrículas em creches e pré-escola, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e o número de museus por habitante.

Adriana Fontes, economista da Macroplan e responsável pelo estudo, destacou que no ranking geral Campinas ganhou três posições nos últimos dez anos. “É curioso observar que o Interior de São Paulo tem um destaque positivo. Das dez primeiras colocadas no ranking oito são do Interior de SP. No caso específico de Campinas, quando você analisa, a área de Saúde puxa mais a cidade. Segurança, das quatro áreas, é a que tem uma situação um pouco pior, mas melhorou”, comenta. Ela ainda ressalta que o objetivo do estudo é mostrar o desempenho dos municípios para identificar boas práticas que possam servir de inspiração para outras cidades. “Nesse momento de escassez de recursos é importante destacar as boas práticas para que os demais municípios possam aplicar melhor os seus recursos e conseguirem melhores resultados para população.”

Prefeito destaca o papel de Campinas como polo

O prefeito Jonas Donizette (PSB) afirmou que o estudo tem ainda mais peso quando se leva em conta o contexto da crise econômica enfrentada pelos municípios brasileiros. “É um ponto que valoriza o estudo. Ninguém pode negar que a gente está administrando a cidade numa das épocas mais difíceis do País, crise econômica de três anos seguidos, queda do PIB. E o estudo mostra que Campinas melhorou no geral. Saiu do 9ª para o 6º lugar. Está na frente de todas as capitais. Tem a sua frente apenas cidades menores. Importante lembrar que as cidades maiores também recebem pressão de toda uma região. Além das questões da cidade, Campinas administra as questões regionais porque é uma cidade polo.”

O estudo traz ainda outros indicadores, como a transparência, em que Campinas aparece na 47ª posição. No planejamento urbano é um dos 84 entre os 100 municípios. Já em relação à gestão descentralizada, aparece como a 68ª maior entre os 100. No indicador dos municípios com maior geração de receita própria a cidade tem destaque com a 6ª posição.

“Estamos concentrando nossos gastos para prestar serviços para a população. Algumas medidas que tomamos, como escola de período integral, só conseguimos implantar em 2015. Estamos colocando nossa expectativa de melhorar a questão educacional com a escola integral, melhores salários no ensino. Precisamos continuar aperfeiçoando o método para obter melhores resultados. Gestão é isso, você comemora os resultados positivos e usa os indicadores para corrigir os rumos. Sempre pode melhorar. Não é porque está bom que não vamos continuar investindo”, completou.