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Reequilíbrio depende da qualidade e produtividade das instituições

19 de setembro de 2017
“Um Raio-X da situação econômica e financeira do Rio Grande do Norte” foi o tema da palestra ministrada pelo consultor Claudio Porto na 31ª edição do Motores do Desenvolvimento . Claudio apresentou os dados divulgados no relatório ‘Desafios da Gestão Estadual 2017’, elaborado pela consultoria Macroplan, da qual é diretor e fundador. Os dados apontam para a situação “preocupante e frágil” das finanças do Rio Grande do Norte.

Feito com base em dados oficiais, o documento mostra que o Estado piorou em 5 dos pontos avaliados de 2005 a 2015: desenvolvimento econômico, transparência das instituições, transparência da justiça, segurança e qualidade da infraestrutura. Para o especialista, o baixo indicador econômico é um sinal de alerta dos mais preocupantes.

“Ele influencia todos os outros indicadores, porque engloba PIB, desenvolvimento, geração de empregos. Atualmente, o Rio Grande do Norte é vice-lanterna do Brasil e isso é um sinal de alerta preocupante”, afirma Claudio Porto.

Para o presidente da Macroplan, é fundamental dar ênfase na qualidade e na produtividade dos serviços e das obras públicas para atingir o equilíbrio fiscal que colocaria o Estado em uma posição de gerar desenvolvimento, emprego e renda para a população. A redução de privilégios no poder público seria um dos principais pontos para garantir essas melhorias.

“Não dá para sustentar os privilégios nos poderes da mesma forma que temos feito nos anos anteriores. É preciso combater a ineficiência do serviço e também a própria corrupção dentro da esfera pública. O RN tem potencial econômico, em especial na área de energias renováveis, por exemplo. Temos , além disso, uma localização extremamente privilegiada para o turismo. Para poder explorar esse potencial ao máximo, no entanto, é preciso que haja eficêencia e equilíbrio”, completou Claudio Porto.

Ele fez duras críticas  à improdutividade do serviço público no Estado, revelada também em números pelo relatório. “Improdutividade na veia: é isso que apontam os dados no Rio Grande do Norte”, disse Porto. Para ilustrar as consequências de um Estado improdutivo, ele cita a situação do Rio de Janeiro, onde o colapso atinge a saúde, educação e segurança.

O consultor apresenta alguns possíveis caminhos que a administração pública poderia tomar a fim de reverter esse quadro antes de entrar em um estado de colapso, como o combate à corrupção e aos privilégios nos poderes, a garantia do equilíbrio das contas públicas e dos sistemas previdenciário, a cooperação entre Estado e municípios para ampliar os resultados das ações e a descontinuação urgente das políticas e projetos de baixo impacto, que acabam sugando renda dos cofres públicos.

Ele frisa ainda a necessidade de profissionalizar as gestões públicas e digitalizá-las, ampliando assim a comunicação com a sociedade e tornando mais fácil resolver os reais problemas da população.