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As melhores e piores 100 grandes cidades do Brasil

10 de março de 2017
Das 10 grandes cidades com melhor desempenho no ranking, oito são da região Sudeste. Maringá, no Paraná, lidera

São Paulo – Desde março de 1999, a enfermeira Ana Eloiza Rodrigues, de 31 anos, percorre mais de 200 km quando precisa ir ao médico. Depois de receber um diagnóstico equivocado em um posto de saúde em Querência do Norte, no Paraná, ela  criou o hábito de se consultar nos hospitais de Maringá, na região Norte do estado.

Segundo Ana Eloiza, que tem três filhos com menos de 12 anos, as mães que habitam Querência do Norte costumam repetir o mesmo trajeto quando precisam de um atendimento médico de qualidade. “Maringá é a nossa referência de bom tratamento”, diz a enfermeira. “Tanto no SUS, como no particular, lá é onde nós procuramos ajuda”.

Com pouco mais de 400 mil habitantes, a cidade de Maringá foi eleita a primeira na lista das melhores grandes cidades do Brasil, segundo estudo da consultoria Macroplan.

Para chegar a esta conclusão, a consultoria analisou os municípios com mais de 266 mil habitantes em 16 indicadores divididos em quatro áreas distintas: saúde, educação e cultura, segurança e saneamento e sustentabilidade. Os pesos dos indicadores e das áreas que compõem o índice foram divididos da seguinte forma: 35,3% para educação e cultura; 35,3% para saúde; 20,6% para infraestrutura e sustentabilidade e 8,8% para segurança.

O ranking foi formado por um índice que vai de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, melhor é a condição de vida no local.

Na área de saúde, por exemplo, Maringá ficou na 5ª posição entre as 100, com um índice de 0,686. O que, segundo a análise da Macroplan, significa que a cidade tem elevada cobertura de atendimento básico, baixa taxa de mortalidade infantil e elevada proporção de bebês nascidos vivos.

De acordo com Glaucio Neves, diretor da consultoria, Maringá sempre se destacou em gestão pública. “A primeira posição no ranking não foi uma surpresa. Afinal, a cidade tem indicadores muito equilibrados em quase todos os setores”, diz.

Quando o assunto é segurança, no entanto, a cidade deixa a desejar: nessa área, Maringá aparece em 39º lugar entre os 100 maiores municípios do país.

Por lá, a proporção de assassinatos a cada grupo de 100 mil pessoas, por exemplo, é maior do que em São Paulo, que concentra mais de 12 milhões de habitantes.

Em 2015 – dados mais recentes disponíveis -, a prefeitura de Maringá desembolsou cerca de R$ 37 com segurança pública por pessoa. Para ser te ideia da disparidade, a cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, e que também abriga 400 mil moradores, teve investimento per capita de R$ 96.

Para Neves, diretor da Macroplan, os principais desafios das gestões municipais se resumem em três esferas centrais: aumento da produtividade dos gastos públicos (produzir mais com os mesmos recursos), priorizar os projetos no setor de educação e ter uma governança compartilhada com a sociedade.

“Em períodos de crise é preciso forçar uma reflexão”, afirma. “Essa combinação de fatores torna uma cidade mais eficiente e com serviços melhores para a população. Os prefeitos precisam inovar e buscar formas alternativas de gestão”.