Pelo segundo ano, Índice Desafios da Gestão Municipal, da consultoria Macroplan, coloca Rio Preto como a terceira melhor cidade entre as cem maiores do País
Rio Preto é a terceira melhor cidade para se viver no Brasil. A informação pode parecer repetida aos leitores do Diário, mas é notícia nova. A cidade dos Grandes Lagos, com 450.657 habitantes (51º no País), foi eleita mais uma vez pelo Índice Desafios da Gestão Municipal, edição de 2018, como uma das primeiras em qualidade de vida entre os cem maiores municípios brasileiros. O estudo levou em conta índices da educação, saúde, segurança, saneamento e sustentabilidade, relativos a 2016.
Pelo estudo desenvolvido pela Empresa de Consultoria e Estratégia Macroplan, Maringá, no Paraná, é a primeira colocada. De 0 a 1, a cidade alcançou uma pontuação de 0,748 pontos no geral. Piracicaba ficou em 2º lugar, com uma nota de 0,739. Em seguida está Rio Preto, com 0,738. Em 2006, a cidade ocupava o 12ª posição com uma nota de 0,612. No ano passado, quando também ficou em 3º no geral, a cidade fez 0,791 pontos.
Quando a classificação foi por área, Rio Preto ocupou o 2º lugar em educação. Com uma pontuação de 0,659 no setor, o estudo destacou que a cidade tem 100% das crianças matriculadas na pré-escola e 54,9% matriculadas na creche – nesse quesito, Piracicaba é primeira colocada, com índice de 59,3%.
A segunda área de Rio Preto mais bem avaliada foi a saúde, que deu um salto de 2006 para 2016 e saiu da 22ª para a 7ª posição. A taxa de mortalidade infantil foi destaque, com 6,7 morte de crianças por 100 mil habitantes, enquanto em Joinville, a melhor, o índice foi de 5,1.
O que mais chamou a atenção, porém, foi a cobertura do pré-natal que é de 84,3%. Em Jundiaí, referência no indicador, esse índice foi de 86,7%. Entre as famílias beneficiadas com o pré-natal da saúde pública está a de Juliana Bertoni da Costa, 34 anos. Mãe da pequena Morghana, ela não cansa de contar todos os dedos das mãos da bebê de cinco meses.
Segundo ela as recomendações de acompanhamento feitas pelo Ministério da Saúde foram seguidas à risca. Não faltou a nenhuma consulta. “Tive uma gravidez tranquila. E não é só o meu caso. Meu pai e meu irmão tratam de doenças cardíacas sem pagar nada no Hospital de Base de Rio Preto”, disse.
Nascida em Atibaia, a auxiliar de limpeza Luciana Aparecida Leite Santos, 38 anos, mora há dez em Rio Preto. Foi por aqui que ela teve três dos cinco filhos. Todos nasceram na rede pública da cidade. O filho caçula, Heitor, nasceu no último domingo na Santa Casa, após a mãe comparecer nas sete consultas do pré-natal realizadas na UBSF Jardim Simões/Renascer. “Só não fiz mais consultas porque só descobri que estava grávida muito tarde, na 12ª semana. Eu fui tratada com todo carinho pela equipe. Sempre me deram orientação”, diz.
Para o economista e sociólogo Ari Ramos os dados são resultados da estrutura que a cidade possui nos setores. “Uma tendência natural da própria cidade. Estrutura econômica centrada em serviços – fortemente nos setores de educação e saúde – isso é histórico. A estrutura é consolidada e vai aprimorando.”
Para o sociólogo, apesar da colocação no geral, Rio Preto precisa planejar e avançar. “Tem um espaço para melhora muito grande. Precisamos buscar lideranças para avançar, qualificar nossos alunos que vão ser os futuros profissionais. Temos ilhas de atendimento na saúde de ótima qualidade. Mas se olhar de uma forma geral tem muita reclamação”.
(Colaborou Marco Antonio dos Santos)