Do Correio Braziliense
Por Otávio Augusto
‘Governo deve investir na manutenção da infraestrutura’, diz Claudio Porto
Um dos caminhos para aquecer a economia é fortalecer os investimentos em infraestrutura. Durante o Correio Debate, realizado nesta terça-feira (5/2), Claudio Porto, presidente da Macroplan, ressaltou que o novo governo deve investir em cooperação e manutenção da infraestrutura.
Para ele, o essencial é mudar o comportamento e o entendimento da infraestrutura. “Na nossa cultura, estamos preocupados com a obra nova, com a inauguração. Temos que pensar a médio e longo prazos”, criticou.
Ele defende a reforma da previdência e equilíbrio fiscal sustentável. “Se não tiver isso, esquece qualquer investimento. Não há como fazer”, explicou, ao ressaltar que o país precisa de um ambiente de negócios amigável ao investimento privado.
Quatro setores: telecom, energia, saneamento e transportes merecem atenção. Para se realizar esse investimento, seriam necessários 126 bilhões de dólares por ano.
“Temos demanda reprimida imensa. Temos capacidade técnica, aqui ou que pode ser trazida de fora. Além disso, temos escala. São demandas de grande magnitude”, acrescentou.
Ele usou como exemplos presídios e unidades de saúde. Até 2022, Cláudio ressalta a necessidade de acelerar as concessões e privatizações, criar uma carteira de novos bons projetos, tornar marcos regulatórios mais robustos e pró mercado.
“Dois pontos são importantes. As agências reguladoras devem ser descontaminadas e blindadas de interesses políticos para se evitar a repetição de problemas a longo prazo. O governo deve criar um plano indicativo com cenários de demanda e de oferta”, concluiu.
Cláudio elencou seis janelas de oportunidade: recursos hídricos, proteção ambiental, adensamento e integração da malha ferroviária, redes de serviços públicos (segurança, educação e saúde), investir em produção de dados e pensar em infraestrutura de segurança nacional.
“Se tudo isso vai acontecer ainda não sabemos. Torço para que seja feito”, ponderou, ao completar que as ações podem, se implementadas, trazer mais qualidade de vida.