“Pessoas aguentam só mais 15 dias.”
O economista Claudio Porto, presidente da Macroplan, considera positiva a resposta dos brasileiros às restrições de circulação impostas pela covid-19. Mas acha que as pessoas aguentam só mais duas semanas assim. “Quem aposta na radicalização conta com isso.”
Abaixo, trechos da entrevista:
- expectativa de impacto – “A população espera que seja intenso e prolongado. O sucesso do isolamento social indica isso. Emprego e negócio você recupera. A vida, não.”
- recuperação – “Vai depender do nível de concertação político-institucional para enfrentar com eficácia a crise de saúde e levar os estímulos econômicos a quem precisa.”
- resposta do governo – “O cenário mais provável é a continuidade dessa situação aos trancos e barrancos, 1 dia bem, outro não exatamente. Há grande propensão de colaboração do Congresso e dos governos estaduais, mas infelizmente ainda temos situação volátil por parte de alguns atores políticos, sobretudo o núcleo duro do governo federal.”
- tensionamento – “Começou em 2013 e se acentuou nos últimos 3 anos.”
- reconquista da normalidade – “Não é o cenário mais provável. Mas ganha 1 pouco mais de chance com o comportamento da sociedade e a valorização da grande mídia neste momento, graças ao papel educativo no sentido de evidenciar a gravidade da crise.”
- cenário extremo – “A ruptura institucional é muito pouco provável, mas algo próprio das crises é que as chances de cada cenário podem mudar rapidamente.”
- eficácia das medidas – “Agora começa o verdadeiro desafio, da implementação. Tenho certo temor quanto a isso pelo mindset da equipe econômica de apostar na economia de mercado. Estamos em tempo de guerra, e quem tem que conduzir é o Estado. A velocidade de implementação pode sofrer.”
- experiência – “O Brasil tem nomes que já lideraram respostas a crises e que nesta, infelizmente, estão encostados, como Arminio Fraga, Pedro Parente, Marcos Lisboa e Ricardo Paes de Barros.”
Assista
Veja a íntegra da entrevista ao Poder 360 (26min08s).