Baseado no Global Power CIty Index 2016 Summary
Traduzido e adaptado por Raphaela Moreira
As cidades mais atrativas do mundo são aquelas pujantes economicamente, as que investem em pesquisa e desenvolvimento, que dispõem e fartas interações culturais, oferecem boas condições de habitabilidade e acessibilidade e tratam o meio ambiente como ativo fundamental para o seu desenvolvimento. Essa é a conclusão do estudo Global Power City Index 2016, desenvolvido pelo Institute for Urban Strategies da Mori Memorial Foundation. O estudo se baseia no conceito de “magnetismo”, ou seja, o poder que as grandes cidades têm para atrair pessoas e negócios de todos os continentes e de mobilizar seus ativos, assegurando o desenvolvimento econômico, social e ambiental. O índice analisa cada cidade, a partir de 70 indicadores, em seis campos estratégicos, e, também, de acordo com o ponto de vista de cinco principais atores: empresário (a); pesquisador (a); artista; visitante e residente.
Dentre as 42 cidades analisadas, as dez primeiras posições gerais são ocupadas por: 1º Londres, 2º Nova York, 3º Tóquio, 4º Paris, 5º Cingapura, 6º Seoul, 7º Hong Kong, 8º Amsterdam, 9º Berlim e 10º Viena. A cidade de São Paulo, única cidade brasileira no ranking, ocupa a 38º posição.
No índice de 2016, os cinco primeiros colocados são os mesmos de 2015, entretanto, Tóquio passou a ocupar a terceira posição, ultrapassando Paris, por conta da redução da taxa de tributação das empresas e da expectativa positiva dos efeitos econômicos que as Olímpiadas de 2020 podem gerar na economia local. Fenômeno semelhante aconteceu também em Londres nas Olimpíadas de 2012, possibilitando que a cidade inglesa ultrapassasse Nova York, com efeitos que perduram até os dias atuais. Além disso, outro fator externo influenciou para que Paris caísse do 3º para 4º lugar no ranking: os constantes ataques terroristas fizeram com que a capital francesa perdesse pontos nos campos de P&D e Interação Cultural, já que o número de pesquisadores, estudantes e visitantes internacionais caiu drasticamente no último ano.
No entanto, não são só políticas cambiais e variáveis exógenas que permitem que estas cidades sejam exemplo. As primeiras colocadas tem em comum altos níveis econômicos, boas condições de habitabilidade e são dinâmicas culturalmente. Dois outros fatores também chamam a atenção entre as dez melhores colocadas: (1) a maioria da população fala inglês, fundamental para a facilidade de recrutamento de recursos humanos, e (2) em todas existe alta concentração de grandes companhias internacionais.
Mas é na avaliação do que atrai cada um dos atores que se pode extrair melhores ensinamentos para as cidades brasileiras. Neste quesito, Londres, Paris e Nova York se destacam. Sendo a capital inglesa a mais atrativa para os (as) empresários (as) e visitantes, a francesa a preferida pelos artistas e residentes e Nova York a mais atrativa para os (as) pesquisadores (as).
No olhar de cada ator, esses são os fatores que tornam as cidades mais atrativas.
Uma das constatações do estudo Desafio da Gestão Municipal 2017, que avalia as cem maiores cidades do Brasil, foi que estas cidades se afastam muito dos padrões internacionais em alguns indicadores, sobretudo, os de segurança, saúde e educação. Esses três campos são fundamentais para a melhoria da qualidade do ambiente econômico, da atração de negócios e da qualidade de vida das pessoas. A experiência das 42 cidades globais avaliadas pelo GPCI e os campos de deficiência apontados pelo DGM podem auxiliar os prefeitos e líderes das cidades brasileiras a enfrentar esses desafios, formulando políticas públicas que sanem esses problemas à luz dos indicadores avaliados.
O estudo Desafio da Gestão Municipal 2017 pode ser acessado através do link: https://www.desafiosdosmunicipios.com/.
Fontes
Global Power City Index 2016 Summary. Disponível em: http://mori-m-foundation.or.jp/pdf/GPCI2016_en.pdf
http://mori-m-foundation.or.jp/english/ius2/gpci2/index.shtml