Desafio dos gestores passa por avanço da eficiência – Especialistas defendem ainda transparência e a implantação de reformas estruturais
O estudo com os dados da década (2004-2014), da Macroplan, traz uma dimensão
dos desafios que os gestores têm pela frente, e revela um retrato capaz de ajudar os agentes públicos na definição de estratégias e tomada de decisões. Para além da necessidade de melhorar indicadores ligados à saúde, educação ou desenvolvimento social, o que os especialistas chamam a atenção é para a urgência em tornar o Estado cada vez mais eficiente e transparente.
Outros desafios que a gestão pública também não terá como escapar envolvem o baixo crescimento econômico, a implantação de reformas estruturais e a busca pela retomada sustentada do crescimento.
O presidente e fundador da Macroplan, Claudio Porto, cita a reforma da Previdência, inclusive em níveis estadual e municipal, como imprescindível. “Se isso não for feito,os Estados vão quebrar. Essa reforma não é a única, mas é a mais urgente”, alerta Porto ao citar que, mesmo Estados como Espírito Santo, que vem colhendo bons dados quando o assunto é ajuste fiscal, acabam tendo que aportar recursos bilionários na Previdência dos servidores públicos para garantir a continuidade do sistema.
O presidente da consultoria acrescenta que os gestores terão de conviver com cenário de baixo crescimento. Muito diferente do da última década, que ficou marcada por um ciclo de crescimento econômico. “Isso irá impor a necessidade de planejamento de longo prazo, a busca por melhorias na produtividade e a alocação direcionada dos recursos para evitar desperdícios”.
FERRAMENTA
Na avaliação do presidente executivo do Movimento Brasil Competitivo, Claudio Gastal, o estudo Desafios da Gestão Estadual (DGE) é uma ferramenta de apoio aos governos para priorização de políticas públicas, além de possibilitar uma análise da qualidade e produtividade do gasto. “Esse instrumento é um bem público para governadores, secretários, gestores públicos, empresários e cidadãos. O cenário de crise é fato e é essencial que líderes tenham uma ferramenta de análise para a governança e gestão”.
O QUE FAZER ( fonte: Macroplan)
BAIXO CRESCIMENTO ECONÔMICO
– Com a escassez de recursos, a previsão é de que os próximos anos serão de baixo crescimento econômico e menor dinamismo
REFORMAS ESTRUTURAIS
– É necessário que os gestores públicos realizem reformas estruturais que impactem o tamanho e nas formas de atuação do Estado
EFICIÊNCIA E TRANSPARÊNCIA
– É urgente a definição de prioridades na aplicação de recursos, a busca pela eficiência das políticas públicas, além da transparência com a sociedade
RETOMADA DO CRESCIMENTO
– O momento requer medidas para retomada do ciclo de crescimento sustentado da economia e sua inserção competitiva global