O presidente Michel Temer embarca hoje para a China para uma série de reuniões com os integrantes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O país asiático foi o primeiro a ser visitado pelo peemedebista como efetivo no cargo, logo após o impeachment de Dilma Rousseff, há praticamente um ano. De olho em votações importantes no Congresso e no estímulo da economia, Temer deixará no Brasil o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o secretário-geral da Presidência, Moreira Franco. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, deve embarcar só depois da análise da meta fiscal.
O primeiro encontro oficial ocorrerá na sexta-feira. Temer realiza uma visita a Pequim a convite do presidente da China, Xi Jinping. Temer também se reunirá com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, com o qual está prevista a assinatura de atos bilaterais em áreas como infraestrutura, saúde, cultura e tecnologia. A China é o principal parceiro comercial do Brasil. O Planalto está otimista com a retomada da economia e de um novo recorde na balança comercial com dados de agosto.
De acordo com o porta-voz da República, Alexandre Parola, Temer tem como objetivo mostrar aos investidores chineses que o Brasil é uma boa opção para aplicar o capital. ?Brasil e China mantêm parceria estratégica global. São duas grandes economias fortemente interligadas. O Brasil é destino seguro para investimentos chineses e importante provedor de alimentos e insumos para a China, nosso principal parceiro comercial?, afirmou o porta-voz.
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Claudio Porto, presidente da Macroplan, disse que existe um grande interesse no mercado e que deve ser um bom negócio para o Brasil e a China. “Para o Brasil, que não tem capacidade financeira de gerenciar mais estes ativos. E para a China que vai adquirir um pacote valioso, bem regulado e com perspectiva de crescimento forte”, destacou.
Entre 3 e 5 de setembro, Temer participará da 9ª Cúpula do Brics, na cidade de Xiamen, a pouco mais de 2 mil km da capital chinesa. ?Brasil e China compartilham prioridades sobre temas como a defesa do multilateralismo, a resistência ao protecionismo e o combate ao aquecimento global?, destacou o porta-voz da Presidência.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), criado pelo Brics, também será pauta. Ele foi feito para financiar projetos aliados à sustentabilidade. O gerente de comércio exterior da Confederação Nacional da Indústria, Diego Bonomo, quer que a instituição tenha um escritório regional no Brasil para aproximar o setor empresarial do país do banco.